quarta-feira, 29 de setembro de 2010

O Grande Espetáculo

Bem mais que um cárcere
Os corpos são fantasias
Disfarces de uma ilusão
Desse grande teatro de mentiras
Que chamamos de vida


Mentiras, mentiras, mentiras
Almas encarceradas
Encenam o cotidiano
E o cotidiano
Não passa de uma mentira
Nada aqui é real nem certo


Disse-nos o grande guardião
Dessa chave que nos tira daqui
Que temos escolha, temos chance
Fingiu nos dar o livre arbítrio
Mais uma grande mentira
Ninguém é livre
É tudo um grade teatro
Teatro de marionetes

Existem almas cegas
Existem almas surdas
Mas todas falam
Gritam, choram, lamentam
Fazem suas preces

As que enxergam
As que ouvem
Clamam pela liberdade
Considerados estes são
Rebeldes, defeituosos, desviados
Já os outros
Que nada veem, que nada ouvem
Acomodam-se, rendem-se
Enchendo-se de conformismo
E ganham o papel da bondade
Neste grande teatro
Chamado cotidiano
Chamado vida
Chamado mentira

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

O Retorno

Rompeu-se a vidraça da janela de minha loucura
A realidade foi tomada por confusão
As grades do meu coração, caíram
Ela entrou, se apossou de mim e agora me domina

Agora sei porque tive medo
E fui idiota ao tentar impedir
Não adianta lutar, nem tentar
Fingir que não aconteceu, é inútil.

Em outros olhos
Em outro sorriso
Em outro coração
Os sentimentos voltaram

Não quero errar outra vez
E nem crer que será igual
Apenas a amarei
Sem um início, pelo bom final

Não vou pagar para ver
Mas não posso evitar
Ora! É amor!
A mim, não se pode culpar

Me rastejarei ao pés dela
E farei todas as tolices
Consciente, acordada
Mas entregue...